Saturday, September 24, 2011

Gabriel's Eyes/ O Olhar de Gabriel - Special Saturday: A special memory


Choosing a favorite memory of my son is similar to choosing a favorite Godiva bon-bon; next to impossible.  Not to mention that in many ways, we’re just beginning our journey together.  But suffice it to say that it’s already been a life altering experience.

 A few months back, Gabriel and I were playing together on the couch in the living room, tickling, wrestling, giggling our hearts out, when suddenly, as we were slowly riding down a wave of laughter, I realized he was calmly staring straight at my eyes.

Many of you are probably aware that sustaining eye contact can be extremely difficult for people with autism. Some have described it as being even painful. But there they were; two lovely chocolate brown irises in smiling crescent moons staring intently back at me, for what seemed to be a relative eternity. 

And then… for a time undetermined, we were no longer mother and son. 

And as corny as it may sound, I sincerely felt, for those few brief moments, as if I were looking into my own eyes.  We were not two separate lives anymore. We were the same.

I once read somewhere that true love happens when you recognize yourself in another person. And I often wonder if that’s one of the many lessons I’m supposed to take from this experience…how to love unconditionally and realize my connection to the life all around me, in particular my very extraordinary son.


Some of you may have a spiritual or religious background. Some of you may not, but either way, be forewarned that what you’re about to read may sound incredibly strange to you.

I’ve shared this with very few people, but my son’s birth was…well, in a way, predicted.  

To be fair, I was pregnant, so everyone knew he was coming eventually. But one evening, when I was still close to a month away from my due date, my sister (who has what some would call a “gift”) had a strange experience.  To put it bluntly, she met my son and gained a special memory of him of her own...

…before he was born.

Apparently, they were all standing in my mother’s kitchen, my mother, sister and their roommate, putting dishes away and having a random conversation, when my sister suddenly froze and paused mid-sentence. She put her hand up to quiet everyone.

“He’s here”, she said.

My mother, a bit freaked out by this point, asked her what on earth she was talking about.

“He wants to tell me something… that he’s coming very, very soon…sooner than we thought. He says he’s going to be… different, very special”. 

There were apparently some other messages about a preference of name, then my sister touched both the hands of my mother and her roommate. They said they felt an energy or vibration of sorts. A moment later, it was gone…

The very next day, a few hours after a routine doctor’s visit, my water broke prematurely.  As my husband rushed me to the hospital, I called my mother to tell her the news.  She now often tells me that in that moment she couldn’t feel excited about the labor. She couldn’t process that I was in labor. All she could think of was what had happened the night before, and it was then, on the phone, that she first told me the story.

“Monique! You’re not going to believe this but last night…”

At the time, I was too excited and nervous to really take in what she was telling me. In fact, being a natural skeptic, I pretty much dismissed it as I often had with other “spiritual fluff” I had heard from them before. I was about to have a baby!  I couldn’t be bothered with mystical stories. I was too busy Lamaze breathing and dreaming about the perfect, healthy baby boy I was about to meet; to see his big round baby eyes staring up at me. What would he be someday? Who would he look like? All the things and values I wanted to teach him...

But since then, since the diagnosis, after all that has happened, the meaning of that occurrence the night before Gabriel’s birth has become very significant and personal to me.

 In my mind, we were being prepared; not only to be teachers, but to be taught.

I know what some of you might be thinking. Babies are born early all the time. Could it have been a coincidence? Sure, and I don’t expect anyone reading to believe this story, or even relate to it. Sometimes, I’m still not even sure that I believe it.  But, that isn’t the point in my telling it. The point is that no matter how much the physical world denies and devalues the subjective experience, it can and does serve an important purpose for us; whether it can be proven real or not.

 People come from all sorts of experiences, belief systems, and philosophies, so take from this what you will.  I have never considered myself a deeply spiritual person, but something tells me that what I see in my child’s eyes, when those opportunities present themselves, is something much more than electrical synapse in cerebral tissue. It’s a sense of awareness and depth of spirit that goes beyond what words can express.  And that gives me comfort. Comfort that is often times much needed.

I honestly don’t know if our lives really do have intended purposes, or if we simply inject our own meaning into them. Perhaps it’s a little bit of both.  I don’t know if Gabriel really came to this earth, an angel with a message, knowing what would happen to him and what we would have to learn and experience because of it, but I do know this:

 He’s our angel, whatever that means.  

And in Gabriel’s eyes is where love, hope and strength live… for us.


Escolher uma lembrança favorita do meu filho é como escolher um favorito numa caixa de bombons Godiva; quase impossível. Isso sem mencionar que, em muitos aspectos, estamos apenas começando nossa jornada juntos. Mas é importante reconhecer que já tem sido uma experiência de vida que tem me transformado.

Alguns meses atrás, Gabriel e eu estávamos brincando juntos no sofá da sala, fazendo cócegas, rolando pra lá e pra cá, rindo de perder o fôlego, quando de repente, num instante de calmaria, percebi que ele olhava profundamente em meus olhos.

Muitos de vocês provavelmente sabem que, para as pessoas com autismo, sustentar o contato visual pode ser extremamente difícil. Até doloroso, como já descrito por alguns. Mas lá estavam elas, duas lindas íris, cor marrom-chocolate, em olhos que “sorriam” em formato de luas crescentes, olhando atentamente para mim, pelo que pareceu ser um uma relativa eternidade.

E então... por um tempo indeterminado, não éramos mais mãe e filho.

Por mais tolo que isso possa soar, eu sinceramente senti, naquele breve momento, como se eu estivesse olhando para dentro de meus próprios olhos. Não éramos mais duas vidas separadas. Éramos uma só.

Uma vez eu lí em algum lugar que o verdadeiro amor acontece quando você se reconhece em outra pessoa. E muitas vezes eu me pergunto se isso é uma das muitas lições que eu devo aprender à partir dessa experiência... como amar incondicionalmente e passar a perceber minhas conexões com a vida a meu redor, em particular à de meu extraordinário filho.

 Alguns de vocês podem ser espirituais ou religiosos. Outros não, mas de qualquer forma, estejam avisados que o que vocês estão prestes a ler pode soar incrivelmente estranho.

Eu compartilhei isso com muito poucas pessoas, mas o nascimento do meu filho foi... bem, de certa forma, premeditado.

Lógico, eu estava grávida, por isso todos já sabiam que ele chegaria eventualmente. Mas uma noite, ainda praticamente um mês antes do fim do meu termo, a minha irmã (que possui o que alguns chamam de "dom") teve uma experiência estranha. Para dizer isso da forma mais simples possível, ela conheceu meu filho e recebeu dele uma lembrança especial...

...Antes dele nascer.

Aparentemente, estavam todos na cozinha de minha mãe, minha mãe, irmã e sua colega de quarto, lavando pratos e batendo papo, quando minha irmã, de repente, “congelou”, parou no meio de uma frase. Ela levantou sua mão de maneira a pedir silêncio.

"Ele está aqui", disse ela.

Minha mãe, um pouco assustada à esse ponto, perguntou de que raios ela estava falando.

"Ele quer me dizer algo... que ele está vindo muito, muito em breve... mais cedo do que pensávamos. Ele diz que vai ser... diferente, muito especial ".

Houve, aparentemente, algumas outras mensagens sobre preferência de nome, então minha irmã tocou as mãos de ambas minha mãe e sua amiga. Elas disseram que sentiram uma energia ou vibração estranha. Um instante depois, ele já se havia ido...

No dia seguinte, poucas horas após uma visita de rotina ao médico, minha bolsa estourou. Enquanto meu marido me levava às pressas ao hospital, liguei para minha mãe para lhe dar as boas-novas. Hoje em dia, ela muitas vezes me diz que naquele momento não conseguiu se sentir entusiasmada com a notícia. Ela não podia processar que eu estava em trabalho de parto. Tudo o que ela conseguia pensar era o que tinha acontecido na noite anterior, e foi então, ao telefone, que ela me contou a história pela primeira vez.

"Monique! Você não vai acreditar, mas ontem à noite... "

Na ocasião, a mil, estava muito animada e nervosa para realmente processar o que ela estava me dizendo. De fato, cética por natureza, eu praticamente ignorei o que ela me disse como muitas vezes ignorei outras "baboseiras espirituais" que já tinha ouvido de uma delas antes. Eu estava prestes a ter um bebê! Eu não podia ser incomodada com histórias místicas. Eu estava muito ocupada usando minhas técnicas de respiração de parto e sonhando com o menino perfeito e saudável que eu estava prestes a conhecer; sonhando ver seus grandes e redondos olhos de bebê olhando para mim. O que ele seria algum dia? Como seria sua aparência? Todas as coisas e os valores que eu queria ensiná-lo...

Mas desde então, desde o diagnóstico, depois de tudo o que já passou, o significado do que aconteceu naquela noite antes do nascimento do Gabriel tornou-se muito significativo e pessoal para mim.

Na minha maneira de ver, estávamos sendo preparados, não só para sermos professores, mas para sermos ensinados.

Eu imagino o que alguns de vocês podem estar pensando. Bebês nascem prematuros todos os dias. Poderia ter sido uma coincidência? Claro, e eu não espero que todos que leiam acreditem nesta história. Às vezes, nem eu me sinto certa de que acredito. Mas, esse não é o motivo pelo qual a conto. O motivo é que não importa o quanto o mundo físico negue e desvalorize essa experiência subjetiva, ela pode e serve um propósito importante para nós; podendo ser provada como verdadeira ou não.

 As pessoas vêm de todos os tipos de experiências, crenças e filosofias, assim interpretem da forma como desejarem. Eu nunca me considerei uma pessoa profundamente espiritual, mas algo me diz que o que vejo nos olhos de meu filho, quando essas oportunidades se apresentam, é algo muito maior do que sinapses elétricas em tecido cerebral. É um sentimento de consciência e profundidade de espírito que vai além do que palavras podem expressar. E isso me dá conforto. Conforto que muitas vezes é tão necessário.

Eu honestamente não sei se nossas vidas realmente têm propósitos predefinidos, ou se simplesmente injetamos nelas nossos próprios significados. Talvez seja um pouco de ambos. Eu não sei se Gabriel realmente veio à esta terra como um anjo com uma mensagem, sabendo o que iria acontecer com ele e o que teríamos de aprender e experimentar por conta disso, mas uma coisa eu sei:

 Ele é o nosso anjo, o que quer que isso signifique.

E nos olhos de Gabriel é onde amor, esperança e força vivem... para nós.

6 comments:

Chris Lindona said...

Lindo.... emocionante!! Acho que de todas as suas narrativas, essa foi a mais especial que já li!!! :)
Sempre me faz muito bem ler o que vc escreve... porque consigo sentir toda a verdade, a sinceridade e os sentimentos que vc coloca em cada palavra!!! Cada vez que leio o blog, me sinto mais próxima de você e Gabriel... participando das sensações, da intimidade!!
Eu acredito sim no que sua irmã disse que presenciou!! E acredito mais ainda que Gabriel é mesmo um anjo enviado para nos ensinar muitas coisas e nos fazer rever tantas outras!!Amo vocês!! ♥♥♥

Edilea said...

I really believe Gabriel is an angel.I remember I used to feel something very good and special when I had him in my arms.

Anonymous said...

Moving... beautiful... exquisite!!

Leah

Victor said...

Oi, Monique! Estou visitando pela primeira vez o seu blog e, já no primeiro texto, pude ver que há algo verdadeiramente diferente nas suas palavras. Fica claro que toda essa energia, presente em cada linha do que escreveu, vem exatamente desse aprendizado e desse amadurecimento tão grande que você tão bem descreveu. Eu sou do tipo cético, é difícil me convencer do "sobrenatural". Mas, independente do misticismo dessa história, eu também acredito na ligação das pessoas e em propósitos para além de nossas capacidades de compreensão. Os olhos são as portas para a alma de alguém. Um olhar nunca mente. Ele comunica o que palavras jamais seriam capazes de fazer. Continue atenta aos olhares do Gabriel! Garanto que não há especialista, médico, médium algum que vá desvendar o que você vai poder ver.

A família tem saudade de você aqui no Brasil. Esperamos que venha em breve para conhecermos o belo Gabriel.

Um beijo grande do seu primo!

Victor

Tio Hamilton said...

Notei que você não postou mais nada desde o dia 27 de setembro passado. Pra gente é muito importante que continue contando as bonitas histórias do crescimento e desenvolvimento do Gabriel. Tenho certeza que todos nós ficaremos surpresos com as ações e reações que ele nos proporcionará em breve e nos próximos anos.

lilian said...

para o gabriel:

http://www.youtube.com/watch?v=OxRXdi2hu2g